Coisas Numeradas

I
Não esquecer que as nuvens
estão improvisando sempre,
mas a culpa é do vento.

II
Ah, essas esculturas de gaze
do vento, sempre errantes
entre o céu e a terra, como
os sonhos do homem.

III
A voz do vento… Ninguém
sabe o que o vento quer
dizer… Quem me faz uma
letra para a voz do vento?


Mario Quintana
Do livro: Sapo amarelo 
São Paulo, Global Editora, 2006
© herdeiros de Mario Quintana