O pirilampo
Acendeu-se numa noite de Verão,
fugindo do voo do morcego
e do latido do cão
e foi namorar a chama de uma vela,
que tremeluzia à janela
numa morna solidão.
Foi então que, agitado
pelo bater do seu próprio coração,
iluminou a noite do campo
e disse: “Eu sou o pirilampo
e venho pedir a tua mão”.
José Jorge Letria
Do livro: Ideias luminosas
Porto, Editora Ambar, 2007