A bengala de castão
Armado de cavaleiro
Pela casa fora corria
O pequeno aventureiro
Cavalgar é que ele queria.
Correr vales, passar pontes,
A
galope
sem parar,
Subir ao cimo dos montes
Donde pudesse avistar.
Castelos de grande altura,
Muralhas à prova de ataque,
Cuja conquista é ventura,
Umas vezes; outras, saque.
Às crinas, bem agarrado,
Do castão de prata fina,
A bengala é o cavalo alado
Que ele melhor domina.
Nada podendo fazer,
O avô já não diz nada,
Deixa o cavalo correr
Não vá assustar a montada.
Vergílio Alberto Vieira
Do livro: A doçura da maçã mais alta
Braga, Editora Crescente Branco, 2015